sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Reflexão de 21/novembro/2008 - Ricardo Simões Rocha

Caros irmãos, disponibilizamos abaixo o áudio da reflexão apresentada pelo irmão Ricardo Simões Rocha no café da manhã deste dia 21 de novembro de 2008.

Escolham o repositório de onde baixar a reflexão e que as suas vidas sejam abençoadas. O texto da reflexão está logo abaixo.

Clicando na imagem abaixo (Share.ovi.com), não há a necessidade de ficar aguardando um tempo para baixar o arquivo.

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20081121-RicardoRocha - Share on Ovi


UNIDADE NA DIVERSIDADE

João 17. 20-23 - Minha oração não é apenas por eles. Rogo também por aqueles que crerão em mim, por meio da mensagem deles, para que todos sejam um, Pai, como tu estás em mim e eu em ti. Que eles também estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. Dei-lhes a glória que me deste, para que eles sejam um, assim como nós somos um: eu neles e tu em mim. Que eles sejam levados à plena unidade, para que o mundo saiba que tu me enviaste, e os amaste como igualmente me amaste.

O trecho lido faz parte da mensagem final de Jesus aos seus discípulos, pouco antes de enfrentar a cruz. No final do encontro com eles, Jesus ora ao Pai, inicialmente por si mesmo, depois pelos discípulos ali presentes fisicamente, e finalmente “por aqueles que crerão”, isto é, por nós. É significativo e mesmo emocionante sabermos que Jesus se preocupou em orar a Deus por nós, seus seguidores que, em pleno século XXI, estaríamos buscando dar continuidade à obra que ele mesmo havia iniciado. No entanto, mais significativo do que tudo isso, é considerarmos o assunto central da oração de Jesus por nós, sua Igreja: “que eles sejam levados à plena unidade”. Na sua previsão profética, Jesus sabia que, em breve, uma das maiores dificuldades que os seguidores, individualmente, e a Igreja, coletivamente, enfrentariam seria a da unidade. Como ser uma só, no meio de tanta diversidade? Mesmo no início, grandes foram as dificuldades para a manutenção da unidade da Igreja: o livre arbítrio de cada individuo, as pressões exercidas por grupos diferentes, o início das heresias que atacariam a Igreja, muita coisa aconteceria que iria demonstrar que Jesus sabia por que havia orado, naquele momento, por unidade no rebanho. A Igreja que, organizada pelo próprio Salvador, começou sua obra por Jerusalém, inicialmente enfrentou uma era de perseguições até Constantino; a mesma Igreja que com Constantino iniciou uma outra era de oficialização, ligada ao estado, tendo se desviado tanto do rumo inicial; o mesmo organismo teve que passar, com Lutero e outros, por uma era de reformas, que ainda hoje nos atinge. Decorridos vinte séculos de cristianismo, vemos a Igreja Cristã nos nossos dias tão dividida, com tantas correntes e tendências diferentes e por vezes divergentes, onde tantos “outros evangelhos” são pregados, que fica difícil falar-se em unidade neste universo de diversidade. Esta é a primeira aplicação da mensagem para hoje: a necessidade de reconhecermos que, embora a diversidade no cristianismo atual seja muito grande, é preciso buscarmos unidade, historicamente falando, pelo menos com aqueles grupos que procuram viver o evangelho neotestamentário apostólico praticado pela igreja primitiva.

No entanto, vamos a uma segunda aplicação da mensagem para nós, homens, membros da Igreja Batista Central de Campinas hoje aqui reunidos nesta manhã: a busca da unidade também nos atinge, também se refere a nós, que procuramos dar continuidade a um trabalho iniciado há 51 anos atrás, pois precisamente no dia 21 de novembro de 1957, o grupo de setenta irmãos já estavam desligados da 1ª Igreja Batista de Campinas, reunindo-se na residência da família Cárnio, buscando a vontade de Deus para suas vidas, individual ou coletivamente. Foi esse o grupo básico que, no dia 14 de dezembro do mesmo ano, organizou a Igreja Batista Central de Campinas. Muita união foi necessária no início, muita unidade precisou ser buscada e foi muitas vezes conseguida, para que a obra prosseguisse e para que pudéssemos desfrutar da situação atual. No entanto, para que o trabalho tenha sequência, precisamos ainda da unidade pela qual Jesus orou, unidade essa que a Igreja somente consegue quando ouve a voz do Espírito Santo de Deus que habita em cada um dos seus membros, mas ouve com ouvidos de quem quer ouvir, conforme diria o próprio Senhor Jesus. Ter o Espírito dentro de si, ser batizado no Espírito, como nós cremos como batistas, que somos, é prova de salvação, já passamos pela justificação e pela regeneração. Dar espaço para que o Espírito aja em nós é busca da “estatura de varão perfeito”, é processo de santificação iniciado na vida, o qual terá a duração de toda a existência terrena. Somente a presença atuante do Espírito Santo de Deus em cada um dos membros do corpo de Cristo, que é a Igreja, poderá proporcionar a unidade que Jesus pediu a Deus. Caso contrário, o “achismo” imperará, o individualismo será a linha de conduta, e o evangelho de Cristo não será vivido, e muito menos pregado, com poder para transformação de vidas.
Conseguiremos nós, membros atuais da IBCC, uma unidade completa, total e absoluta em Deus através do seu Espírito? Será que cada um de nós vai ser capaz de atingir a estatura de Cristo ainda neste mundo? Sabemos que não, pois somos humanos, fracos, limitados, pecadores. Mas isto não é desculpa para que a busca termine. Provérbios 4: 18 diz: “A vereda do justo é como a luz da alvorada, que brilha cada vez mais até a plena claridade do dia”. Assim deve ser vivida a nossa vida neste mundo, quer individualmente, quer como igreja: como luz da alvorada, que começa a brilhar aos poucos, mas que precisa aumentar sua intensidade à medida que a experiência cristã aumenta; pleno meio-dia, somente na eternidade. Mas temos que buscar nos aproximar do modelo bíblico o mais que pudermos: acertemos, pois, os ponteiros do relógio da nossa vida com Deus.

Ricardo Rocha

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