segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Enrico Pasquini - Apologética

Texto a nós enviado pelo irmão Enrico Pasquini, de sua autoria.

Resenha e Comentários da Leitura
A Guerra Pela Verdade - John MacArthur Jr.

O que faria um escritor mudar o conteúdo de sua correspondência urgentemente? O que mudaria um compartilhar ardente da fé num apelo "desesperado"? Isso aconteceu com o penúltimo livro do cânon – Judas. E seu livro, que trata especificamente da batalha "pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos" (v. 3), continua sendo tão atual quanto na época em que foi escrito.

A luta pela verdade não é algo recente, de um mundo "pós-moderno" apenas. Logo no terceiro capítulo da Bíblia, temos um relato de uma batalha pela verdade, e um apelo à mentira feito pela serpente no jardim do Éden. A primeira fala de Satanás registrada na Bíblia desafia a verdade pronunciada por Deus em 2.16-17. E o Diabo sabe que essa é uma tremenda ferramenta que vem sendo eficaz ao longo do tempo e precisa continuar a ser usada. A única questão é que esse ataque vem sendo massificado de uns tempos para cá.

Esses desvios da verdade intensificaram-se com as heresias que brotaram no seio da própria Igreja – montamisno, arianismo, etc. E desde cedo, os apologistas precisaram esclarecer as coisas e voltar seus ouvintes para a ortodoxia.

O que MacArthur faz em seu livro é traçar esse pano de fundo histórico e como isso tem se desenvolvido hoje, quase 2.000 anos após essas heresias defendidas no Século II. Particularmente, MacArthur propõe-se a analisar o movimento atual chamado de Igreja Emergente*, principalmente na pessoa de Brian McLaren – autor muito lido e grande influenciador do movimento eclesiológico de hoje.

McLaren tem diluído completamente a mensagem da Cruz e tem esvaziado o significado do Evangelho com declarações sincréticas e ecumênicas muito perigosas. Declarações que colocam espíritas, budistas, muçulmanos e evangélicos na mesma condição diante de Deus têm minado as bases do significado de conversão e do conceito de santidade (separação) do homem.

MacArthur aponta para um tendência cada vez mais antropocêntrica nas igrejas por causa dessa visão vazia da Cruz. A salvação, por meio de Cristo tem sido deixada de lado em função das pessoas não-cristãs que têm ido aos cultos – cada vez mais encarados como um encontro social corriqueiro no qual o incrédulo sente-se tão à vontade [pois seu pecado não é confrontado e ele não ouve sobre o destino eterno de condenação] que volta e passa a ser um freqüentador assíduo, como num segmento social normal.

Creio que o principal apelo de MacArthur (e também da Bíblia) é que, nessa batalha, não existe zona neutra – ou batalhamos a favor da Bíblia, ou batalhamos contra ela, no exército inimigo. Com toda essa nomenclatura bélica, recordo-me das palavras sábias de Charles H. Spurgeon: "Aqueles que se retiram furtivamente para a retaguarda, com o propósito de sentirem-se tranqüilos, não são dignos do Reino".

O mundo urge por significado. E a tendência pós-moderna é a de indicar que qualquer caminho é bom. Sabemos, pela Palavra, que Jesus é o caminho que tem significado (Jo 14.6). O cristão precisa se engajar nessa batalha e levar a única e verdadeira Esperança às pessoas, que está em Jesus Cristo. Ao mesmo tempo, devemos investigar o que é falado à luz da Palavra (At 17.11) e devemos estar prontos (1) a abrirmos mão daquilo que não é condizente com os princípios bíblicos bem como (2) termos a disposição de abraçarmos aquilo que é bíblico.

O livro de Judas prova ser, então, extremamente desafiador e relevante para nossos dias. E MacArthur o expõe com clareza e exatidão nesse livro A Guerra Pela Verdade.

Refletindo nas palavras do Salmista, no Salmo 93, me assusto como a Igreja de hoje tem buscado exatamente o inverso do Prumo bíblico. A Nova Versão Internacional traduz assim o final desse salmo: "Os teus mandamentos permanecem firmes e fiéis; a santidade, Senhor, é o ornamento perpétuo da tua casa" (v.5).

Vejo uma relação clara de causa-consequência entre:
Conseqüência: a santidade ser o ornamento perpétuo da casa de Deus
Causa: a imutabilidade da firmeza e da fidelidade dos preceitos divinos.
A Palavra de Deus continua sendo tão Verdadeira hoje quanto foi no momento de sua composição e o será para sempre. Recomendo a leitura do livro a qualquer um! Que o Senhor nos ajude nessa árdua tarefa! Amém.

*Existem, pelo menos, 4 tipos diferentes de movimentos de Igreja Emergente – que caminham desde uma linha "emergente tradicional" (mudanças meramente litúrgicas) até uma "emergente sincrética" (como a defendida por McLaren com mudanças doutrinárias graves – especialmente no âmbito soteriológico).

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