sexta-feira, 16 de outubro de 2015

A Escolha de Matias e o Novo Pastor da IBCC

Naqueles dias Pedro levantou-se entre os irmãos, um grupo de cerca de cento e vinte pessoas, e disse: "Irmãos, era necessário que se cumprisse a Escritura que o Espírito Santo predisse por boca de Davi, a respeito de Judas, que serviu de guia aos que prenderam Jesus. Ele foi contado como um dos nossos e teve participação neste ministério". (Com a recompensa que recebeu pelo seu pecado, Judas comprou um campo. Ali caiu de cabeça, seu corpo partiu-se ao meio, e as suas vísceras se derramaram. Todos em Jerusalém ficaram sabendo disso, de modo que, na língua deles, esse campo passou a chamar-se Aceldama, isto é, campo de Sangue.) "Porque", prosseguiu Pedro, "está escrito no Livro de Salmos: ‘Fique deserto o seu lugar, e não haja ninguém que nele habite’; e ainda: ‘Que outro ocupe o seu lugar’. Portanto, é necessário que escolhamos um dos homens que estiveram conosco durante todo o tempo em que o Senhor Jesus viveu entre nós, desde o batismo de João até o dia em que Jesus foi elevado dentre nós às alturas. É preciso que um deles seja conosco testemunha de sua ressurreição". Então indicaram dois nomes: José, chamado Barsabás, também conhecido como Justo, e Matias. Depois oraram: "Senhor, tu conheces o coração de todos. Mostra-nos qual destes dois tens escolhido para assumir este ministério apostólico que Judas abandonou, indo para o lugar que lhe era devido". Então tiraram sortes, e a sorte caiu sobre Matias; assim, ele foi acrescentado aos onze apóstolos.
Atos 1:15-26

O trecho acima do livro de Atos dos Apóstolos relata a passagem da escolha de Matias como o 12º apóstolo para o lugar de Judas Iscariotes. No texto podemos ver que Pedro se baseia em dois Salmos, 69:25 (Fique deserto o seu lugar, e não haja ninguém que nele habite) e 109:8 (Que outro ocupe o seu lugar) quando toma a palavra e informa sobre a necessidade da escolha de um novo apóstolo.

Os discípulos estavam reunidos, como era seu costume. No verso 14 de Atos 1, há o relato de que eles se reuniam sempre em oração com as mulheres (muitas delas provavelmente suas esposas). Entre essas mulheres estava Maria, mãe de Jesus e os irmãos dele.

No trecho apresentado vemos que os discípulos traçam um perfil do apóstolo a ser escolhido. Esse homem precisava ter andado com eles durante o tempo que Jesus esteve junto a eles até o momento de sua ascenção. Esse homem precisava ser testemunha da ressurreição de Jesus.

Os critérios eram claros. Seria alguém fiel a Jesus e que andou com eles durante esses 3 anos e meio. Alguém próximo, de confiança, homem de oração e dedicado. Tudo certo.

Quando averiguaram os quesitos, apenas dois nomes satisfaziam essas exigências. Eram eles José Barsabás e Matias. Nesse momento os discípulos oraram a respeito, pedindo a Deus que mostrasse qual deles deveria ser o escolhido. Depois lançaram sortes, o que era um costume da época e que é atestado por Provérbios 16:33 (A sorte é lançada no colo, mas a decisão vem do Senhor). Com isso a sorte caiu sobre o nome de Matias. Os discípulos entendiam que o lançar sortes era um meio de conhecer a vontade de Deus.

Detalhe que esse foi o último evento de se lançar sortes no relato bíblico.

Mas o nome de Matias só aparece duas vezes na Bíblia e as duas vezes estão no trecho acima.

Mas quem era Matias?

A Bíblia não fala explicitamente sobre ele, mas podemos inferir algumas coisas a seu respeito.

  1. Matias era um crente, seguidor de Jesus e o acompanhou durante seu ministério;
  2. Como foi um dos escolhidos, é provável que ele estivesse entre os 72 que foram enviados por Jesus em Lucas 10:1;
  3. Matias foi reconhecido como um dos doze, conforme podemos ver em Atos 6:1-2;
  4. A fundação da Igreja é relatada em Atos 2, após a escolha de Matias e antes da conversão de Paulo (Atos 9);
  5. Efésios 2:20 fala a respeito da Igreja, a qual foi edificada sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, tendo Jesus Cristo como pedra angular;


Algumas informações de fontes históricas (fontes seculares) sobre Matias:

  1. Nicéforo: Matias primeiro pregou o Evangelho na Judeia, seguindo para a Etiópia e, posteriormente, se dirigiu para a região da Cólquida (agora conhecida como Geórgia Caucasiana), onde foi crucificado. Um marco localizado nas ruínas da fortaleza romana de Gônio, atual Apsaros, nas modernas regiões georgianas de Adjara indicam que Matias estaria sepultado naquele lugar;
  2. "Sinopse" de Doroteu de Tiro: Matias esteve na Etiópia, onde o Porto Marítimo de Hyssus e o Rio Fásis estão. Ele faleceu em Sebastópolis e está sepultado ali, próximo ao Templo do Sol;
  3. Atos Coptas de André e Matias localiza sua atividade similarmente na "Cidade dos Canibais", na Etiópia. Alternativamente, outra tradição, menos confiável, menciona que Matias foi enterrado em Jerusalém pelos judeus, onde teria sido decapitado;
  4. Hipólito de Roma diz que Matias teria morrido em idade avançada em Jerusalém;
  5. O "Evangelho de Matias" é mencionado por Orígenes, Eusébio de Cesareia (que o atribui a heréticos), Jerônimo e no Decretum Gelasianum (que o declara apócrifo).


Mas então sabemos que Matias andou com Jesus os 3 anos e meio e ele estava lá quando Jesus escolheu os doze. Podemos imaginar que talvez Matias nutrisse a esperança de estar entre esses escolhidos. Jesus foi, um a um, falando os nomes: Pedro, André, Tiago, João... e Judas Iscariotes. Talvez Matias pudesse pensar: "Judas? Eu sei quem ele é." ou "Jesus escolheu Judas e não a mim?"

Matias poderia, a partir desse momento, ter sido tomado pela inveja, ódio e abandonado Jesus. Ou mais à frente, Matias poderia ter pensado algo como: "Esse Jesus só fala com esses doze. Só fica em sua panelinha. Não quero mais participar disso."

Apesar de tudo isso, Matias se manteve fiel a Jesus e continuou seguindo o Mestre. Matias sabia qual era o seu lugar.

Mas Matias não foi escolhido por Jesus. Ele era fiel, possivelmente estava entre os 72 enviados, não foi tomado pela vaidade, mas ainda assim, não foi escolhido por Jesus.

O relato bíblico nos mostra que Saulo foi diretamente interpelado por Jesus, em Atos 9:3-6:
Em sua viagem, quando se aproximava de Damasco, de repente brilhou ao seu redor uma luz vinda do céu. Ele caiu por terra e ouviu uma voz que lhe dizia: "Saulo, Saulo, por que você me persegue?" Saulo perguntou: "Quem és tu, Senhor? " Ele respondeu: "Eu sou Jesus, a quem você persegue. Levante-se, entre na cidade; alguém lhe dirá o que você deve fazer".

Saulo era um perseguidor de cristãos, devastava igrejas, arrastava muitos cristãos para as prisões, esteve presente quando do apedrejamento de Estêvão, consentindo com tudo aquilo. Como os apóstolos escolheriam um homem assim? Nunca. Mas Deus escolheu.

Ou seja, apesar de todos os atributos de Matias, ele não foi o escolhido por Jesus. Saulo foi. Saulo o mais improvável de todos. Quando o Senhor revela a Ananias que ele deve procurar por Saulo, Ananias teme. E se pensarmos aos olhos humanos, com razão. Afinal de contas aquele era o maior perseguidor da Igreja daquela época. Mas Deus responde: "Vá! Este homem é meu instrumento escolhido para levar o meu nome perante os gentios e seus reis, e perante o povo de Israel. Mostrarei a ele o quanto deve sofrer pelo meu nome." (Atos 9:15-16)

E a IBCC?

Nossa igreja passa por um momento de sucessão pastoral. Em breve teremos uma comissão de sucessão pastoral e posteriormente alguns nomes serão apresentados à igreja para todo o processo de sucessão ter seu andamento. É provável e até interessante que tracemos um perfil do novo pastor que virá liderar a IBCC, mas nada adiantará se não consultarmos incessantemente a Deus a fim de entendermos quem Ele escolheu.

Pode ser que optemos por um homem fiel, conhecedor da Palavra, homem de oração, dedicado etc. Alguém com todos os requisitos necessários e que se encaixe no perfil traçado, mas resta saber: será esse o escolhido pelo Senhor? Os discípulos escolheram Matias, mas o Senhor escolheu Paulo. Matias tinha os requisitos já mencionados acima, mas não era dele aquela função. Era de Paulo.

Irmãos, continuemos orando ao Senhor para que Ele nos mostre quem Ele escolheu. Assim como fez quando da escolha de Saul, que se destacava do povo por seu tamanho. Ou quando da escolha de Davi. Samuel passou um a um pelos irmãos de Davi e o Senhor dizia a ele, "Não é esse". Davi era esquecido. O próprio pai o descartara: "Ainda tenho o caçula, mas ele está cuidando das ovelhas" (1 Samuel 16:11)

Em 1 Samuel 16:7, Deus dá a dica ao profeta Samuel: O Senhor, contudo, disse a Samuel: "Não considere a sua aparência nem sua altura, pois eu o rejeitei. O Senhor não vê como o homem: o homem vê a aparência, mas o Senhor vê o coração".

Queremos um pastor designado pelo Senhor? Oremos para que o Senhor o apresente a nós.

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Neymar, a faixa e o preconceito

Caros irmãos, no último sábado, como a maioria de nós deve saber, o Barcelona sagrou-se campeão da UEFA Champions League, o torneio de clubes mais importante do mundo. O brasileiro Neymar brilhou mais uma vez e fez o terceiro gol do clube catalão, fechando a vitória em 3x1 sobre a Juventus, de Turim.
Na comemoração do título, Neymar, de criação cristã evangélica, colocou uma faixa branca na testa com a inscrição "100% Jesus". Por mais que eu tenha restrições ao modo de vida que Neymar leva, considerando que ele é um cristão, ele não deixou de expressar, ainda que de modo discreto, uma gratidão àquele a quem devemos dar toda honra e glória.
Porém, em sua coluna de ontem, dia 07 de junho, o jornalista Juca Kfoury, autodeclarado ateu, critica Neymar por conta dessa faixa. A matéria pode ser conferida clicando aqui, mas transcrevo aqui o que Juca escreveu:

Na Copa do Mundo, ano passado, o genial brasileiro vendeu cuecas e depois negou.
Agora, na Liga dos Campeões, pôs Jesus no jogo desnecessariamente, como já havia feito antes, sempre esquecido de que os derrotados também podem tê-lo em seus corações.
Seria tão melhor se certas intimidades fossem como deveriam ser, isto é, apenas íntimas.
Até porque, convenhamos, precisar Neymar não precisa.

No início dessa tarde, o juiz federal, professor universitário e escritor cristão, William Douglas, escreveu uma brilhante resposta a Juca Kfoury, que sempre que pode, critica os cristãos e quem demonstra publicamente sua fé em Jesus. Abaixo o texto completo do juiz William Douglas, publicado no Facebook oficial dos Atletas de Cristo. Vale cada minuto a leitura.
Caro Juca,
Gosto de você. Quando ao seu comentário, quem tem que ir "menos" é você.
"Menos, Juca, menos".
Menos desrespeito à liberdade religiosa. Menos preconceito religioso, Juca, menos.
Anoto que não acho boa a ideia de pressupor que o gesto da testeira seja igual ao da cueca. Pode até ser que um dia aparece uma marca “100% Jesus” à venda, mas não me parece que tenha sido um movimento comercial. Você está julgando mal o rapaz, é o que acho.
Você disse que ele citou Jesus “desnecessariamente”. Quem lhe colocou na posição de censor da religiosidade do Neymar? Ainda que celebridade, Neymar tem o direito a ter e a expressar sua fé. Aliás, toda pessoa tem o direito de professar sua fé na forma como julgar adequada. Isso está em todas as declarações de Direitos Humanos e na nossa Constituição Federal.
O fato de você, ou qualquer outra pessoa, não querer expressar sua fé não significa que seu modo de ver as coisas seja o correto. Você considera isso uma “intimidade”, mas quem disse que o Neymar ou qualquer outro tem que considerar sua fé algo “íntimo”? A fé também tem foro íntimo, mas não tem que ficar limitada a esse plano. Se pesquisar um pouco a Bíblia verá que faz parte da religiosidade cristã assumir a fé. Querer levar a fé para o íntimo, circunscrita a espaços privados é um postulado materialista que não tem base legal, constitucional etc. Não aceitamos essa ideia de guetos. Não aceitamos a ideia de degredar nossa fé em Jesus. Isso é Jesusfobia.
Voltemos ao que pensam os cristãos. Jesus disse: "Quem, pois, me confessar diante dos homens, eu também o confessarei diante do meu Pai que está nos céus. Mas aquele que me negar diante dos homens, eu também o negarei diante do meu Pai que está nos céus” (Mateus 10.32,33). Então, confessar Jesus como fez Neymar, é algo típico da fé cristã.
Jesus também diz para sermos brilhantes e darmos a Deus toda a glória por isso. Isso foi o que Neymar fez. Brilhante, você mesmo disse que ele foi. Jesus disse: “Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus" (Mateus 5.16).
Juca, você também criticou Neymar dizendo que ele estaria “esquecido de que os derrotados também podem tê-lo em seus corações”. Ora, desde quando o vencedor agradecer a Jesus significa que os derrotados não têm ou não poderiam ter Jesus? Cito aqui outro cristão que honra a Jesus: o zagueiro David Luiz. Quando ele fez aquele belo gol na Copa, disse que dava toda a glória a Jesus. Direito dele fazer isso. Ou você dirá também... “Menos, David Luiz, menos”? Cito o caso, pois quando levamos o 7 x 1 da Alemanha o mesmo David Luiz teve em Jesus consolo e companhia em um momento difícil. É assim, Juca: Jesus está conosco em todos os momentos.
As únicas coisas certas que você falou nessa matéria foram, uma, que Neymar é brilhante e, outra, que, “convenhamos, precisar Neymar não precisa”. Realmente não precisa. Ele poderia ficar calado e atender aos reclamos de uma sociedade que persegue a fé e critica toda manifestação religiosa. Ele poderia ficar calado, sim, mas agiu como cristão. Ele assim fez porque quis, porque é um direito dele, porque quis honrar a Jesus.
Jesus, a quem cito novamente, antecipou a notícia da sua crítica ao Neymar. Sim, Juca, Jesus profetizou que você iria criticar Neymar. Está no Sermão do Monte, em Mateus 5: 11 e 12: “Bem-aventurados serão vocês quando, por minha causa os insultarem, perseguirem e levantarem todo tipo de calúnia contra vocês. Alegrem-se e regozijem-se, porque grande é a recompensa de vocês nos céus, pois da mesma forma perseguiram os profetas que viveram antes de vocês" (Mateus 5.11,12). Então, só posso dizer uma coisa: “Bem-aventurado, brilhante Neymar, Bem-aventurado!”
Outra coisa comum nos cristãos, eu faço agora, que é um convite: Juca, se você deixar Jesus entrar no seu coração vai ser muito bom. Ele traz descanso para nossas almas, ele é manso e humilde de coração, o seu jugo é suave e o seu fardo é leve (Mateus 11:28,30).

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Festa das Nações - 30/05/2015

Caros, a IBCC tem programada para julho de 2015 uma viagem missionária para a Bolívia. Para tal, um ônibus lotado será levado com irmãos, profissionais de várias áreas, a fim de desenvolver uma série de trabalhos, atividades, atendimento e evangelismo naquele local.
Pensando nisso e em missões como um todo, a IBCC organiza no próximo dia 30 de maio, sábado, no Centro Familiar, a Festa das Nações. Todos os departamentos da IBCC estarão envolvidos, além da Igreja Batista do Cambuí e Primeira Igreja Batista de Campinas.
O total arrecadado com a festa será revertido para missões e para a viagem missionária.
A Festa começa às 12:00 e vai até às 22:00. Haverá programação para as crianças durante a maior parte do dia e às 19:00 uma participação muito especial com nosso irmão Cézar Elbert durante o culto musical que será realizado.
Haverá barracas com churrasco, refrigerantes, bolos, doces, comidas típicas, brincadeiras e muita diversão para toda a família.
O Centro Familiar se localiza à Rua Nazaré Paulista, 642, na Chácara da Barra. Participe!

terça-feira, 14 de abril de 2015

Musical "Caminho de Amor"

Nos dias 24, 25 e 26 de abril, o Coral da Igreja Batista Central de Campinas apresenta o musical Caminho de Amor. Excepcionalmente nessa ocasião, o regente do Coral será nosso irmão Cézar Elbert, que é o autor do musical. Nosso regente Marco Antônio Rosa comporá o Coral, participando do naipe dos baixos.

Serão três apresentações, uma a cada dia, sempre no templo da IBCC, nos horários abaixo:
- Dia 24 (sexta-feira): 20:00;
- Dia 25 (sábado): 19:00;
- Dia 26 (domingo): 19:00.

A entrada é franca e a IBCC possui estacionamento próprio. Compareça e traga sua família e amigos.

A IBCC localiza-se à Rua Doutor Quirino, nº 930, Centro.