segunda-feira, 8 de junho de 2015

Neymar, a faixa e o preconceito

Caros irmãos, no último sábado, como a maioria de nós deve saber, o Barcelona sagrou-se campeão da UEFA Champions League, o torneio de clubes mais importante do mundo. O brasileiro Neymar brilhou mais uma vez e fez o terceiro gol do clube catalão, fechando a vitória em 3x1 sobre a Juventus, de Turim.
Na comemoração do título, Neymar, de criação cristã evangélica, colocou uma faixa branca na testa com a inscrição "100% Jesus". Por mais que eu tenha restrições ao modo de vida que Neymar leva, considerando que ele é um cristão, ele não deixou de expressar, ainda que de modo discreto, uma gratidão àquele a quem devemos dar toda honra e glória.
Porém, em sua coluna de ontem, dia 07 de junho, o jornalista Juca Kfoury, autodeclarado ateu, critica Neymar por conta dessa faixa. A matéria pode ser conferida clicando aqui, mas transcrevo aqui o que Juca escreveu:

Na Copa do Mundo, ano passado, o genial brasileiro vendeu cuecas e depois negou.
Agora, na Liga dos Campeões, pôs Jesus no jogo desnecessariamente, como já havia feito antes, sempre esquecido de que os derrotados também podem tê-lo em seus corações.
Seria tão melhor se certas intimidades fossem como deveriam ser, isto é, apenas íntimas.
Até porque, convenhamos, precisar Neymar não precisa.

No início dessa tarde, o juiz federal, professor universitário e escritor cristão, William Douglas, escreveu uma brilhante resposta a Juca Kfoury, que sempre que pode, critica os cristãos e quem demonstra publicamente sua fé em Jesus. Abaixo o texto completo do juiz William Douglas, publicado no Facebook oficial dos Atletas de Cristo. Vale cada minuto a leitura.
Caro Juca,
Gosto de você. Quando ao seu comentário, quem tem que ir "menos" é você.
"Menos, Juca, menos".
Menos desrespeito à liberdade religiosa. Menos preconceito religioso, Juca, menos.
Anoto que não acho boa a ideia de pressupor que o gesto da testeira seja igual ao da cueca. Pode até ser que um dia aparece uma marca “100% Jesus” à venda, mas não me parece que tenha sido um movimento comercial. Você está julgando mal o rapaz, é o que acho.
Você disse que ele citou Jesus “desnecessariamente”. Quem lhe colocou na posição de censor da religiosidade do Neymar? Ainda que celebridade, Neymar tem o direito a ter e a expressar sua fé. Aliás, toda pessoa tem o direito de professar sua fé na forma como julgar adequada. Isso está em todas as declarações de Direitos Humanos e na nossa Constituição Federal.
O fato de você, ou qualquer outra pessoa, não querer expressar sua fé não significa que seu modo de ver as coisas seja o correto. Você considera isso uma “intimidade”, mas quem disse que o Neymar ou qualquer outro tem que considerar sua fé algo “íntimo”? A fé também tem foro íntimo, mas não tem que ficar limitada a esse plano. Se pesquisar um pouco a Bíblia verá que faz parte da religiosidade cristã assumir a fé. Querer levar a fé para o íntimo, circunscrita a espaços privados é um postulado materialista que não tem base legal, constitucional etc. Não aceitamos essa ideia de guetos. Não aceitamos a ideia de degredar nossa fé em Jesus. Isso é Jesusfobia.
Voltemos ao que pensam os cristãos. Jesus disse: "Quem, pois, me confessar diante dos homens, eu também o confessarei diante do meu Pai que está nos céus. Mas aquele que me negar diante dos homens, eu também o negarei diante do meu Pai que está nos céus” (Mateus 10.32,33). Então, confessar Jesus como fez Neymar, é algo típico da fé cristã.
Jesus também diz para sermos brilhantes e darmos a Deus toda a glória por isso. Isso foi o que Neymar fez. Brilhante, você mesmo disse que ele foi. Jesus disse: “Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus" (Mateus 5.16).
Juca, você também criticou Neymar dizendo que ele estaria “esquecido de que os derrotados também podem tê-lo em seus corações”. Ora, desde quando o vencedor agradecer a Jesus significa que os derrotados não têm ou não poderiam ter Jesus? Cito aqui outro cristão que honra a Jesus: o zagueiro David Luiz. Quando ele fez aquele belo gol na Copa, disse que dava toda a glória a Jesus. Direito dele fazer isso. Ou você dirá também... “Menos, David Luiz, menos”? Cito o caso, pois quando levamos o 7 x 1 da Alemanha o mesmo David Luiz teve em Jesus consolo e companhia em um momento difícil. É assim, Juca: Jesus está conosco em todos os momentos.
As únicas coisas certas que você falou nessa matéria foram, uma, que Neymar é brilhante e, outra, que, “convenhamos, precisar Neymar não precisa”. Realmente não precisa. Ele poderia ficar calado e atender aos reclamos de uma sociedade que persegue a fé e critica toda manifestação religiosa. Ele poderia ficar calado, sim, mas agiu como cristão. Ele assim fez porque quis, porque é um direito dele, porque quis honrar a Jesus.
Jesus, a quem cito novamente, antecipou a notícia da sua crítica ao Neymar. Sim, Juca, Jesus profetizou que você iria criticar Neymar. Está no Sermão do Monte, em Mateus 5: 11 e 12: “Bem-aventurados serão vocês quando, por minha causa os insultarem, perseguirem e levantarem todo tipo de calúnia contra vocês. Alegrem-se e regozijem-se, porque grande é a recompensa de vocês nos céus, pois da mesma forma perseguiram os profetas que viveram antes de vocês" (Mateus 5.11,12). Então, só posso dizer uma coisa: “Bem-aventurado, brilhante Neymar, Bem-aventurado!”
Outra coisa comum nos cristãos, eu faço agora, que é um convite: Juca, se você deixar Jesus entrar no seu coração vai ser muito bom. Ele traz descanso para nossas almas, ele é manso e humilde de coração, o seu jugo é suave e o seu fardo é leve (Mateus 11:28,30).